Dólar rompe barreira psicológica e fecha abaixo de R$ 1,60
Agência Reuters
O dólar fechou em queda nesta quarta-feira, rompendo a barreira psicológica de R$ 1,60 pela primeira vez desde janeiro de 1999, em uma sessão marcada pela decisão do Federal Reserve de manter a taxa de juro dos Estados Unidos em 2%.
A moeda norte-americana caiu 0,75%, a R$ 1,591. A divisa, que acumula baixa de mais de 10% neste ano, fechou no menor patamar desde 20 de janeiro de 1999.
O dólar operou grande parte do dia acima do piso de R$ 1,60, mas na última hora de negócios, pouco antes do anúncio do Fed, o piso foi rompido.
Segundo Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora de Câmbio, a expectativa maior era "romper o psicológico de R$ 1,60". Após o anúncio do banco central dos EUA, a moeda cedeu ainda mais.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed deixou claro em seu comunicado que está bastante preocupado com a direção dos preços dos Estados Unidos, abrindo a possibilidade de aumentos da taxa de juro no futuro.
Galhardo lembrou que o diferencial entre as taxas cobradas interna e externamente não se estreitaram, mantendo a atratividade do Brasil.
"Temos expectativa de mais aumento de juro aqui e lá fora eles continuam segurando (os juros)", completou.
Segundo Marcelo Voss, economista-chefe da corretora Liquidez, o fato do Fed demonstrar preocupação com a inflação dá mais tranqüilidade para o investidor aplicar o seu capital em países emergentes.
"O Fed veio exatamente do jeito que o mercado queria, dando peso à inflação", afirmou o economista. "Como em tese você diminui o potencial de uma estagflação, a lógica é que o Fed não vai perder o controle... quanto mais estável, menor a aversão a risco."
Voss também ressaltou que nos próximos dias o mercado deve acompanhar e repercutir pontualmente "indicador por indicador", dando ênfase especial para os preços do petróleo que, em níveis recordes, têm alimentado a inflação global.
Reinaldo Bonfim, diretor da Pioneer Corretora, acredita que a tendência do dólar continua sendo de queda. "Na casa de R$ 1,50 já estamos, agora resta saber qual é o piso. Se é que isso tem piso."
No meio da sessão, o Banco Central realizou um leilão de compra de dólares no mercado à vista e definiu a taxa de corte a R$ 1,60 real.
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