Dólar fecha abaixo de R$ 1,70 pela 1ª vez desde 1999
26/02/2008 - 17h16
São Paulo - O dólar permaneceu em queda em relação ao real pela sétima sessão consecutiva e fechou abaixo de R$ 1,70, pela primeira vez desde maio de 1999.
O dólar comercial cedeu 1,30%, para R$ 1,684.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar negociado à vista recuou 1,32%, a R$ 1,683.
Esses valores são os mais baixos da moeda ante o real desde o fechamento do dólar comercial em 19 de maio de 1999, a R$ 1,672.
O recuo só não foi maior porque o Banco Central comprou em leilão cerca de US$ 600 milhões perto do fim dos negócios. O aprofundamento das perdas da moeda americana, de todo modo, ocorreu em meio ao recuo do dólar ante outras moedas (como o euro, que bateu recorde), a aceleração das altas das Bolsas em Nova York, um forte fluxo financeiro positivo e a influência da pressão dos "vendidos" (investidores que apostam na baixa da cotação) no mercado futuro sobre as cotações à vista. A movimentação elevou o giro total à vista em 98% ante o da véspera, para cerca de US$ 5,015 bilhões. Segundo um operador, as principais bolsas européias subiram e os índices acionários norte-americanos ampliaram os ganhos à tarde por razões técnicas na contramão da queda do dólar. O mercado europeu encontrou estímulo de alta na decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor's de manter as notas (ratings) AAA para as duas maiores seguradoras de bônus dos EUA (Ambac Financial Group e MBIA). Em Nova York, as bolsas de valores subiam impulsionadas pela revisão, para cima, da projeção de lucros da IBM. O euro renovou a máxima recorde em relação ao dólar nesta tarde, para US$ 1,4985, deixando para trás o recorde anterior de US$ 1,4968, registrado em novembro. A aceleração da alta do euro resultou de comentários do vice-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Donald Kohn, que foram interpretados pelo mercado como uma indicação de cortes adicionais no juro para evitar uma recessão nos EUA. O forte recuo do dólar ante o real também resultou de ingressos financeiros no País. Segundo um operador, teria ocorrido uma grande operação financeira, que gerou ofertas de moeda no mercado por bancos de investimento. Esses recursos visariam operações de arbitragem de dólar à vista com o mercado de câmbio futuro e também com derivativos de juros. Teriam prosseguido também os ingressos antecipados de recursos de investidores interessados em participar do leilão de privatização da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), marcado para 26 de março. Silvana Rocha
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